FIFE 2024: inclusão produtiva, captação de recursos e IA no Terceiro Setor foram destaques na primeira tarde

Por: Instituto Filantropia
25 Abril 2024 - 00h00

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A inclusão produtiva voltada para a população que se encontra em situação de vulnerabilidade social foi uma das palestras que abriu a série de apresentações na tarde da quarta-feira (26/04) do Fórum Interamericano de Filantropia Estratégica (FIFE).

Stellinha Moraes, fundadora da ONG Anjos da Tia Stellinha, e Thayná Nascimento, gerente de relações corporativas de programas de inclusão socioeconômica, lembraram que a chamada “escalada da vulnerabilidade” precisa ser de uma conscientização expressiva de toda a sociedade a fim de sensibilizar a população sobre a urgência do tema.

“No início dessa escala, nós temos a extrema pobreza, seguida pela pobreza, dignidade, prosperidade e, por fim, o rompimento do ciclo da pobreza”, revelou Thayná. “Quando uma ascensão social e econômica é conquistada, além da melhora na qualidade de vida, nós temos uma mudança que irá impactar positivamente as gerações futuras”, destacou.

Para ela, é importante entender que quando falamos sobre inclusão produtiva voltada para a população que mora em favelas, estamos falando de uma grande quantidade de pessoas que empreende por necessidade.

“Quando abordamos a questão do empreendedorismo feminino, por exemplo, é necessário compreender que antes de tudo é preciso haver um trabalho a fim de emancipar essa mulher sob a perspectiva emocional, social e estrutural”, complementou a fundadora da ONG Anjos da Tia Stellinha.

Sobre as estratégias de captação de recursos para a realidade dos dias atuais, os participantes do FIFE puderam contar com a palestra de Darian Rodriguez, consultor de organizações do Terceiro Setor, palestrante e autor de best-sellers como o “Guia Prático de Captação de Recurso”, líder da Numi Foundation e cofundador da GenderSmart.

No seu painel, abordou o uso da tecnologia como aliada para potencializar o impacto de suas iniciativas de captação de recursos. Essa seria uma forma de garantir a sustentabilidade, o crescimento e a eficácia na consecução de suas missões e objetivos.

Rodriguez defendeu o uso das IAs, a fim de tornar mais eficiente a comunicação entre a organização e seus colaboradores, além de otimizar processos, tempo e facilitar a captação de recursos.

“A tecnologia é uma importante aliada para apoiar a criatividade já existente, e não uma ameaça. Ela vai dobrar a capacidade de trabalho. Sempre é preciso mais recursos, equipes e funcionários. O segredo é usar a tecnologia para expandir a nossa capacidade, uma vez que o cerne das organizações é a captação de recursos. As pessoas que conseguem usar a tecnologia a seu favor, são insubstituíveis. A máquina não faz conexão humanizada. Isso é algo que você não consegue terceirizar, e a máquina não pode fazer por você”, afirmou.

fife-2024-inclusao-produtiva-captacao-de-recursos-e-ia-no-terceiro-setor-sao-destaques-na-primeira-tarde-do-evento12184.png?1714098625Os simpatizantes de inovações tecnológicas puderam conferir ainda as explicações de Ricardo Baboo, diretor de tecnologia da Rede Filantropia, que integrou uma mesa de conversa sobre os desafios e as oportunidades que a Inteligência artificial apresenta.

Rafaela Ramos, uma das fundadoras da Doare, compartilhou sua visão sobre o desafio de integrar a tecnologia de forma eficaz. "Utilizar essa tecnologia, saber como usar e entender se essa tecnologia será aplicada no problema e que tem que resolver", disse.

Ao seu lado, Ruy Fortini, CEO da Doare, destacou que a tecnologia deve ser uma aliada das pessoas, não uma força separada. "Para alcançar resultados significativos, precisamos garantir que a tecnologia esteja alinhada com nossa missão e valores", disse. Já Cássio Aoqui, cofundador da Sabiar, contribuiu com questões como direitos de imagem e custos ambientais elevados como obstáculos a serem superados.

Ainda durante o debate, foi aberto aos participantes perguntas relacionadas à palestra, e uma das dúvidas foi como captar recursos utilizando a IA. Em resposta, os palestrantes sugeriram a realização de pesquisas e o uso da tecnologia para aprimorar a produção de conteúdo, como criar boas campanhas, que tenham texto e imagens assertivas.

Segundo os palestrantes, apesar dos desafios, a inteligência artificial oferece um vasto campo de oportunidades para o Terceiro Setor, e pode impulsionar a eficiência operacional, melhorar a tomada de decisões, aprimorar a prestação de serviços e ampliar o alcance do impacto social.

O FIFE também foi fundamental para quem tinha dúvidas sobre a reforma tributária e seus impactos no Terceiro Setor. Entre isenções e benefícios fiscais, impostos sobre doações e contribuintes, é importante que as organizações estejam atentas a essas mudanças, a fim de buscar a adaptação e planejamento dos efeitos adversos.

O tema mereceu um debate no formato de roda de conversa, que contou com os especialistas Ana Carolina Carrenho, advogada e presidente da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB/SP; Ricardo Monello, advogado e sócio-fundador da Audisa - Auditoria e Consultoria para o Terceiro Setor; e o advogado Ricardo Mariz, sócio-administrador da Mariz Advocacia.

A importância da reforma tributária é para a sociedade como um todo, e o Terceiro Setor não será excluído, informou Ana Carolina. “Os impactos da reforma tributária são sentidos de uma maneira tangencial. Pontos como remuneração de dirigentes, CBS e IBS, que compõem o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) Dual, são pontos que precisam, ainda, ser trabalhados na regulamentação”, afirmou.

ESG e organização do Terceiro Setor

Ainda na primeira tarde do evento, o público aprendeu a relação entre os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança) e as organizações do Terceiro Setor. O encontro contou com Rodrigo Sêga, consultor e acadêmico; Danilo Tiisel, advogado e fundador da Profit; Andrea Hanaí, consultora e gerente de projetos no Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis); e Edgard Pitta de Almeida, professor da Fundação Dom Cabral.

Na mesa-redonda, os palestrantes destacaram os elementos de cada dimensão ESG. No âmbito ambiental, foram abordadas questões como gestão de água, energia e redução de emissões de gases de efeito estufa, bem como a gestão de resíduos e adaptação às mudanças climáticas.

No contexto social, os temas envolveram direitos humanos, práticas trabalhistas equitativas, saúde e segurança ocupacional, além do engajamento de beneficiários, doadores e voluntários. Por fim, no domínio da governança, foram discutidos aspectos relacionados à transparência, ética, segurança de dados e eficácia dos programas.

A intersecção entre ESG e o Terceiro Setor foi apontada como uma convergência fundamental de princípios e práticas voltadas para o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social. As organizações da sociedade civil (OSCs) desempenham um papel importante na promoção de objetivos ambientais, sociais e de governança, alinhando suas atividades com os princípios do ESG.

Uma questão levantada pelos participantes durante o debate foi a fiscalização do cumprimento dos princípios ESG. O advogado Danilo Tiisel explicou que os relatórios ESG são sujeitos a auditorias externas, as quais avaliam se as práticas e os relatórios das organizações estão em conformidade com os padrões estabelecidos, fornecendo uma validação externa de conformidade.

"É fundamental abrir espaço para falar sobre o ESG ou ASG, que trata de temas ambientais, sociais e de governança, dentro das organizações da sociedade civil. Isso está diretamente relacionado com o desenvolvimento institucional dessas organizações, que proporciona a sua sustentabilidade, a sua perenidade e o seu maior impacto. Por isso, tratar desse tema no FIFE é um grande prazer e uma grande honra", concluiu Andrea.

Sobre o FIFE 2024

Até o dia 26 de abril, haverá mais de 100 atividades programadas, com 90 palestrantes do Brasil e exterior, sobre os temas de legislação, tecnologia, comunicação, marketing, captação de recursos e voluntariado, além de uma feira com prestadores de serviços para as organizações sociais.

O FIFE 2024 conta com apoio do Lima & Reis Sociedade de Advogados (Patrocínio Ouro); WebTGI e Blois & Oliveira Assessoria Contábil (Patrocínio Prata); Agência Pauta Social, Conecta Brasil, Criando, Mariz Advocacia e VRS Consult (Patrocínio Bronze); ABCR, Escola Aberta do Terceiro Setor e Fundamig. Saiba mais em https://www.filantropia.ong/.

Fonte: Rede Filantropia
Fotos: Divulgação

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